quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Lee Hazlewood – Requiem for an Almost Lady (1971)



“In the beginning there was nothing… but was kinda fun to watch nothing grow”.

Basta uma frase pra você ser jogado numa atmosfera Sergio Leone e basta um violão nostálgico tilintar pra você ver que talvez bem mais que isso. Ao invés do Charles Bronson chegar num trem tocando gaita, o que é aqui apresentado é algo que poderia ser. “You came walking into my life, carrying your own dreams. You could be, yeah, you could be good. Then why are you so God damned mean?” lamenta na abertura “I’m Glad I Never”. E “Be sure glad I never owned a gun”, alerta. Tudo se acabou, acabar com a vida de um ou de outro? Agora resta o pesar e tentar se recuperar, não? Essa é uma maldita lógica e aí entra Requiem for an Almost Lady.
Lee Hazlewood é influência básica para Tindersticks, Nick Cave, Lambchop e outros torturados, mas foi mais conhecido (pero no mucho) por compor diversas canções para a Nancy Sinatra (até interpretou algumas em conjunto), como “Some Velvet Morning” e “These Boots are Made for Walkin’”.
Arranjador experimental (vide o cultuado “Cowboy in Sweden”) e um letrista ríspido e por vezes hostil, aqui se mostra sóbrio. Na supracitada abertura ainda é sardônico assim como na animada (afinal, é a penúltima e ele está superando esse mal do amor) “Must Have Been Something I Loved” e na última e renovadora “I’d Rather Be Your Enemy”. Mas durante os 25 minutos e meio de duração do disco o que predomina são músicas universalmente belas e de fácil identificação como “Come on Home to Me” e “If It’s Monday Morning”. Um clássico da decepção amorosa, atemporal e humano.
Barton Lee Hazlewood morreu em 4 de agosto de 2007, aos 78 anos, motivo oportuno para ser redescoberto, mas até agora que eu saiba não relançaram nada do cara. Uma pena.


“And in the end there was nothing... but believe me, there was no fun waiting for nothing to end"

A seguir é mais uma sessão copiada de outras publicações (se você for um pouco esperto perceberá que é um genérico da saudosa Discoteca Básica da Bizz), e nós publicamos porque temos vontade, o que sugere que se nós quisermos escrever uma resenha elogiando os Ecos Falsos, nós escreveremos, e a você não resta nada além de nos visitar no pinel (o que se você for um pouco esperto perceberá que nós não temos a manha/cara de pau/burrice/etc. de fazer, mas eu respeito o Tom Zé por conseguir faze-lo, e ainda mais o Sergio Dias por xingá-los).
E nessa sessão publicamos discos que merecem ser ouvidos, seja por sua influência notável, por sua coesão, ou por simplesmente nós gostarmos muito deles e acharmos que eles merecem ser propagandeados. Preferência para discos subestimados/esquecidos, afinal, acho que você não agüenta mais ouvir elogios ao Sgt. Peppers (apesar de que eu não gosto muito desse), Astral Weeks, Pet Sounds, Blonde on Blonde...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

You! Me! Dancing!


Los Campesinos! - Hold on now, youngster... - 2008


Los campesinos é mais uma daquelas bandas em que os integrantes adotam o mesmo sobrenome, no caso, Campesinos, e fazem aquele rock rápido, energético e direto, prontos para conquistar os jovens corações em fúria, e, é apenas isso, não á nada que ao escutar "You! me! dancing!" não seja explicado, o álbum começa com "Death to Los Campesinos!" e até terminar o disco você pensa que está escutando a mesma música mas, o detalhe é que quanto mais você escuta mais gosta, acho que essa era a intenção deles, ganharnos na insistência.


terça-feira, 29 de janeiro de 2008

carajo!


Mars Volta é bizarro, né? Depois de quatro discos parece cada vez mais distante a idéia que as duas mentes principais dessa arma de destruição em massa eram as duas mentes principais da saudosa At the Drive-in (que um amigo meu nesse blog odeia, chama de screamo). Na verdade, ninguém mais nem chega a citar o ATD-I. E ainda tem o John Frusciante fazendo algo digno de sua pessoa criativa (Stadium Arcadium?). E se antes o Mars Volta tinha toda aquela coisa progressiva post-hardcore (pára um pouquinho, descansa um pouquinho), isso não está tão presente aqui. Ainda é rock progressivo (você encontra diversas músicas influenciadas por King Crimson, além de flautinhas em “Cavalettas”, e é um disco conceitual sobre o poder do oculto inspirado numa tábua Ouija), mas sem muito descanso. Na verdade arrisco dizer que tá mais pra um Mr Bungle sem piadinhas e carregado no thrash metal. Sem muitas paradas pra descansar, sempre experimentando com tape loops e vocais esquizofrênicos, além dos habituais flertes com free jazz. Fraturado e complexo, com os vocais fortes de Omar Rodriguez Lopez (cada vez mais anasalados) e a demolição guitarrística de Cedric Bixler-Zavala. Vide as duas faixas de abertura, “Aberinkula” e “Metatron”, ensurdecedoramente belas. Mas só em “Ilyena”, terceira faixa que o Mars Volta mostra qual é o plus do álbum (além do volume altíssimo a lá Acid Mothers Temple): grooves. Depois do começo esquisito, vem um baixo marcante roubado do Larks Tongues in Aspic e guitarras descaradamente Hendrix. “Wax Simulacra”, o single, soa como um Don Caballero (cortesia do novo e monstruoso baterista) nos anos 70. E com um final bem Battles.
O disco se sustenta por mais de uma hora (obviamente com uns momentos cansativos, como “Askepios”), supera o Amputechture (tem momentos que empatam com os do De-Loused in Comatorium, um dos melhores discos desse século, caso você não saiba) e supre a necessidade dum disco barulhento e original (porque o último do Icarus Line foi uma decepção, viu). Enquanto estiver assim, ótimo.

Nonsense






Quem não conhece o Woody Allen? acho que todo mundo já viu um filme dele até sem querer e deu umas boas risadas. Desde "What's new, pussycat?" de 65, passando por filmes maiores como "Bananas" 71, "Annie Hall" 77, "Manhatann" 79, "Celebrity" 98 e "Match Point" 05, ele vem fazendo filmes abordando temas como arte, religião, romance... com todo um humor sofisticado e peculiar mas, não para por ai, ele é clarinetista de jazz amador e também escritor, e é sobre seus livros que vamos falar.

Após quase trinta anos sem publicar nenhuma de suas antologias humorísticas chega "Fora de órbita". O livro foi lançado no Brasil na segunda metade de dezembro e vem com todo aquele charme típico das suas primeiras publicações, como "Que loucura!", "Sem Plumas" (meu favorito) e "Cuca Fundida", mais uma vez ele lança suas crônicas recheadas de humor no ritmo nonsense, sempre apostando nas satiras teocentristas e na sua própria filosofia sobre as coisas que acontecem na nossas vida, ou as que não acontecem também, resumindo tudo, é um livro divertido, Woody ainda não perdeu a graça. Na verdade um cara que fala que "sexo é a coisa mais divertida que eu fiz sem rir" nunca perderá.



mundo pequenino

É um mundo pequeno. Você nem tem que viver muito pra aprender uma coisa dessas sem que ninguém lhe ensine. Existe uma teoria sobre como no mundo inteiro só existem 500 pessoas reais (o elenco, por assim dizer; todas as outras pessoas do mundo, diz a teoria, são figurantes) e todas se conhecem. E isso é verdade, na medida do possível. Na realidade, o mundo contém milhares e milhares de grupos de mais ou menos 500 pessoas que passarão a vida se encontrando, se evitando, se esbarrando numa improvável casa de chá em Vancouver. O processo é inevitável. Não é sequer coincidência. É apenas a maneira como o mundo funciona, sem consideração pelos indivíduos ou pela adequação.
("Os Filhos de Anansi", Neil Gaiman)

E isso mais uma vez faz um sentido absurdo.
Bom dia.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Quero ser Lester Bangs

Vai soar metalingüístico fazer uma crítica sobre a crítica?
'Pop sofisticado', todos eles falam, 'já é um dos melhores do ano', 'cartão de visitas', 'petardo', 'catártico', 'visceral', 'marca a evolução da banda', 'começa já conquistando novos fãs', etc, etc, etc.
Vai soar indulgente eu me colocar junto disso tudo e pedindo desculpa pela falta de criatividade?

garota jamque

No Milk Today - Garota Junkie

Eu te trombei no pogo
num show lá no porão
cortou minha boca e o meu coração
os punks também amam
cachaça no tubão
garota junkie, minha alucinação

Garota junkie
minha heroína é você
estope minhas veias
entorpece meu corpo até o amanhacer


Pode argumentar como quiser, que rock pode ser até "Uapabalumauabembum", que é despretensioso e o caralho a quatro (desde que tenha boa melodia, mas não é o caso aqui), mas some isso com um inconfundível sotaque curitibano, uma banda cujos integrantes já são balzacos e aquela produção de CD pra Gazeta do Povo e temos aí um bom exemplo de constrangimento.
Isso que dá ouvir rádio domingo de manhã. Tentarei não repetir o erro.

eu amo o carrefour



Fargo por 12,90 é um baita motivo pra se alegrar, não? Mesmo não sendo widescreen (é aquele meia-boca que não é nem tela cheia nem aquele fininho bem massa), eu tinha visto o filme numa VHS ruim numa noite de sono e não me lembrava direito, mas o filme é realmente muito bom. Impressionante o modo que a história (verídica mas ao mesmo tempo parecendo tão absurda) é contada, de modo tragicômico e usando de pequenos estereótipos pra construir personagens carismáticos e fortes. Frances McDormand ganhou o Oscar merecidamente, e Steve Buscemi faz o falastrão que estamos acostumados a vê-lo fazer.
E aproveitando a expectativa para o lançamento de Onde os Fracos Não Têm Vez (filme indicado para 8 Oscars e favorito para o de Melhor Filme) para nós aqui embaixo, vai aí um top 5 pessoal Irmãos Coen:

1. O Homem Que Não Estava Lá (2001)
2. Gosto de Sangue (1984)
3. O Grande Lebowski (1998)
4. Fargo (1994)
5. Ajuste Final (1990)

Será que o novo vai mudar essa lista? Curte os irmãos Coen? Tem um top 5? Comente (se é que tem alguém que lê isso aqui)!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dylan




Bob Dylan, faz sua quarta visita ao Brasil no mês de março de 2008, seus shows foram confirmados para os dias 5 e 6 no Via Funchal em São Paulo e dia 8 no Rio De Janeiro, no Rio Arena, os preços ainda não foram divulgados, nem as datas de vendas. A sua vinda, faz parte da turnê 'Never Ending Tour' pela América Latina, estão incluidos também nessa turnê Argentina, Uruguai, México e Chile.

Dylan, Já veio ao Brasil em 1990, 1991 e a última vez, abrindo os Rolling Stones em 1998. Seu último disco foi o "Modern Times" de 2006, ano passado foi lançado uma copilação de sucessos chamada "Dylan". Os boatos rolam, sobre uma nova copilação que sera lançada em março na Inglaterra, com o título de "Re-Transmission".

Agora é só esperar para as confirmações de preços e incio de vendas e lá vamos nós.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

só eu acho um baita desrespeito comer apenas o recheio da bolacha recheada e deixar a outra parte?

mais uma banda com uma mina que tem a voz que lembra a da björk


Rótulo tosco esse “stoner rock”, afinal, sabemos que desde sempre as realidades induzidas estão presentes no mundo do rock. Assim eram chamadas algumas das bandas da costa oeste americana que praticavam um metal distorcido e psicodélico, inspirado em Blue Cheer e Hawkwind, como Kyuss (a banda que revelou Josh Homme, que caso você esteve em coma desde 98 é o guitarrista e vocalista do maravilhoso Queens of the Stone Age, além de Eagles of Death Metal e Desert Sessions) e Monster Magnet.
E o Black Mountain, banda canadense que agora lança seu segundo disco, tem muito a ver com isso. Vide a bordoada “Stormy High” que abre o disco, cheia de ecos e hammonds (e ainda começa com uns acordes que lembram Mogwai). Mas depois disso o repertório é variado e original, passando por folks, distorções, peso e quase 17 minutos de lisergia e rifferio pesado na épica “Bright Lights”. Isso tudo sempre bem temperado com synths de timbres de bom gosto, vocais masculino/feminino e outros detalhes que fazem muita diferença. Talvez não ajude eu disser que Stephen McBean, vocalista, guitarrista e compositor do BM montou nos anos 90 o Jerk With a Bomb (WTF?) mas está aí um bom disco de rock chapado nos anos 00 (junto com os do Comets on Fire de Ben Chasny, que também comanda o magistral e prolífico Six Organs of Admittance).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Apresentando Kevin Drew


Achei legal esse apresentando "Broken Social Scene Presents: Kevin Drew", mais no BSS deveriam ser apresentadas mais pessoas, pois, pessoas é o que não falta nessa banda, mas, estamos aqui para falar do disco. "Spirit If..." é um discasso, me desculpem não ter listado ele entre os dez mais do ano passado, foi porque eu não o escutei mesmo, atrasei a minha audição para essa semana, e me arrependo, porque o álbum é realmente muito bom, não sei se é porque eu simpatizo muito com as bandas canadenses e dai qualquer coisa que sai de lá eu já ouço com mais carinho e atenção. "Farewell to the pressure kids" abre o disco com uma certa fúria, que em pouco tempo já é contida e substituida por um clima ofegante que se torna aos poucos uma verdadeira súplica, e como já diz o ditado, depois da tempestade vem á calmaria, "TBTF" faz á função da calmaria, "f-ked up kid" embeleza o cd, "Safety Bricks" chega tranquilamente, entrando na sua alma aos poucos, um dos destaques do disco. "Broke me up" serve apenas para te romper. "Gang bang suicide" é realmente um deleite, outro destaque do disco, simplesmente deliciosa. "Big love" é demais, tem toda uma coisa meio "Casiotone For The Painfully Alone" com um vocal sussurado, mais um destaque pro disco. "Backed out on the" tem toda uma levada garageira, a melhor música do disco com toda a certeza. "Aging faces/Losing places" já é uma volta ao prazer que "safety bricks" causa, logo chega o fim com "When it begins" tipica de finais do Broken Social Scene. Escute isso!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Trouble in Dreams


Destroyer - Trouble in Dreams - 2008

Hoje confesso estar meio sem palavras mas, o que dizer do Destroyer? dizer que é uma das bandas que melhor representa o cenário do rock Canadense? disso todos nós sabemos, ou pelo menos todos que escutaram a obra de arte "Destroyer's Rubies" de 2006 sabe. "Trouble in Dreams" veio apenas para confirmar o quão bom é o Destroyer, o mesmo em questão tem toda uma suavidade incrivel do inicio ao fim, e que inicio! "blue flower/blue flame" já te deixa no espirito do disco, e você sente toda a suavidade de que falo, logo chega "Dark leaves from a thread" e quando termina, é impossivel conter o sorriso no rosto, "Foam Hands" vai te conquistando aos poucos, "My Favorite Year" soa até meio inocente, "Shooting Rockets" representa os melhores 7 minutos e 59 segundos do álbum, "Introducing Angels", "Rivers" e "Leopard of honor" só ajudam você a se apaixonar pelo LP, e finalmente, "Libby's first sunrise" fecha do mesmo jeito que começa, quando termina o disco, você logo quer escutá-lo de novo. Chamber-Pop de primeirissima.

Nada Surf


Nada Surf - Lucky - 2008
Não há muito o que dizer sobre o Nada Surf, "Lucky" é mais um daqueles discos que vão parar nas trilhas sonoras dos seriados clichês da Warner ou da Fox. O Indie-Pop deles é sempre o mesmo, mas, nem por isso deixa de ser bom. O disco não começa tão bem quanto termina, "whose authority" poderia muito bem fazer parte de um lado b e não parte do disco, mas, após "Weightless" o disco cria força, "I like what you say" é toda bonitinha, "from now won" só reforça essa beleza, "ice on the wing" é uma continuação das duas anteriores, "the fox" já é uma preparação mais melancólica para o termino com "the film did not go round" que tem ares bastante parecidos com os ares de "Let Go" e que por sinal, é a melhor música do disco. Para quem gosta de Death Cab For Cutie ou Cake, essa é uma boa pedida, divirtam-se.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Hard to Explain [2]

Vamos para as explicações rápidas (ou não) dos nossos discos preferidos do ano que acabou de acabar.

1 - LCD Soundsystem - Sound of Silver

Este eu resenhei, faça o favor de ler.

2 - Kanye West - Graduation

Mais uma vez o cara prova ser o cara. 50 Cent pode se morder de inveja, e olha que o cara já foi melhor. E chamar o Chris Martin e conseguir fazer disso uma boa coisa não é pra qualquer um. Oh, não.

3 - Robert Wyatt - Comicopera

Seniôr Robert Wyatt com seus 62 anos e altas coisas bacanas no currículo (ainda que não sejam lá o que eu ouça sempre, vide o seu clássico Rock Bottom ou o Third dos progressivos jazz-fusioners do Soft Machine) lança um disco conceitual trágico e bonito com participação do Paul Weller, Brian Eno, Phil Manzanera e mais uma porrada de gente. Cabeçudice audível, com coisas malas legais de contar. Mas na verdade bem mais que isso.

4 - The National - Boxer

Não vai ajudar se eu disser que eu não ouvi mais nenhum disco dessa banda mas esse foi meu preferido pra fossas e coisas dessa espécie, afinal ao longo das audições é bem comum coisas como Nick Cave e Leonard Cohen aparecerem como referência.

5 - Radiohead - In Rainbows

Antes dessa lista ser idealizada sabia-se que esse disco constaria de qualquer forma, sem nem saber como ele seria, e nem saber que teria a sacada de mestre do 'Quer pagar quanto?'. E ainda os putos me deixaram com dor de deixar 'Videotape' fora da minha lista de músicas do ano.

6 - Battles - Mirrored

Talvez o disco mais bizarro dessa lista (se ferrou, Robert Wyatt), e eu de fato não esperava nada diferente dos loucos que fizeram parte de Don Caballero, Helmet, Lynx, Tomahawk... Math rock e krautrock a favor da esquisitice e diversão.

7 - Of Montreal - Hissing Fauna, Are You the Destroyer?

Não é difícil cair na piada de Kevin Barnes, nos ritmos ácidos e dançantes com synths alucinados setentistas. Ácidas também são as letras, e amargas, contrariando o passado doce e fofo do Of Montreal. E se você não se sentir arrepiado com 'The Past is a Grotesque Animal', quase 12 minutos de demônios expurgados e angústia sendo cuspida, sugiro que ouça com mais atenção e veja que essa foi a piada mais mortal do ano.

8 - Devendra Banhart - Smokey Rolls Down Thunder Canyon

O disco mais triste do Devendra até agora, e apesar de às vezes cansativo e de perder a força com algumas audições, belas canções como a mezzo-épica 'Seahorse', a rocker 'Tonada Yanomaminista', o sambinha 'Samba Vexillographica', a abertura 'Cristobal' [com Gael Garcia Bernal] e a bossa 'Rosa' [com Rodrigo Amarante] permanecem intactas e mais uma vez comprovam o poder do hippie de compor belas canções com referências sensacionais.

9 - Von Sudenfed - Tromatic Reflexxions

Já que eu não falei do LCD Soundsystem no lugar que era pra falar do LCD Soundsystem, Mark E. Smith sobre LCD SS: 'Ele que foi influenciado por mim, e não o contrário'. E é verdade. Mark E. Smith foi mentor do The Fall, importante banda do pós-punk inglês (e uma das preferidas deste que vos fala), banda essa que pregava o anti-virtuosismo, onde Smith arranjava uns idiotas que não sabiam o que fazem pra integrarem, e assim que eles aprendessem a tocar, eram sumariamente expulsos da banda. Von Sudenfed é um projeto mezzo-eletrônico (assim como o LCD Soundsystem) de Smith com o Mouse on Mars, dupla alemã de IDM, que sabem muito bem o que fazem.

10 - Panda Bear - Person Pitch

Num ano que o Animal Collective lançou um bom disco (e pára por aí), Panda Bear lança um baita disco. Porque afinal Beach Boys não é uma referência tão batida.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Hard to Explain

Estranho é que nós do sadfuckingsong, nem ao menos explicamos qualquer coisa sobre nossas decisões mas, hoje, resolvi deixar rápidos comentários sobre cada escolha mas, são todas rápidas mesmo pois, tempo é dinheiro. Já que as listas de top's do ano não param, estão aqui alguns porquês, ou seria por quês, ou por ques...


Panda Bear - Person Pitch


Nesta obra do Panda Bear, o post-rock é mostrado de uma maneira que eu ainda não havia escutado, merecidamente está aqui.




Beirut - The Flying Club Cup

Simplesmente lindo, a obra-prima de Zach Condon, o indie rock/folk do Beirut é incrível. O melhor disco do ano com certeza, só não o listei como, pois, não saberia posicionar os outros discos, 'The Flying Club Cup' realmente é algo que arrepia até o último pêlo, maravilhoso.


Devendra Banhart - Smokey Rolls Down Thunder Canyon

Apesar de longo e as vezes até cansativo, o disco é delicioso de cabo a rabo, as ótimas participações de Rodrigo Amarante e de Gael García dão um toque a mais nesse álbum.

Radiohead - In Rainbows

Era isso que uma banda como o Radiohead deveria fazer, e fizeram. Pague quanto quiser. Thom Yorke ainda não perdeu a inspiração para boas letras.


Of Montreal - Hissing Fauna, Are You the Destroyer?

Sarcasmo, esse deveria ser o nome do disco. Todos aqueles ritmos psicodélicos e títulos longos só escondem letras obscuras sobre um tal relacionamento, isso faz o álbum do Of Montreal ser sensacional.


Wilco - Sky Blue Sky

O Wilco nunca havia feito algo tão completo. Ao longo de todo o disco cada música se torna um verdadeiro deleite, muito, muito, muito bom.



LCD Soundsystem - Sound Of Silver

'sound of silver talk to me makes me want to feel like a teenager', como já disse um amigo meu, que apreciou MUITO mais do que eu, este belo trabalho, 'Sound Of Silver' representa o ano de 2007, álbum completíssimo.



Justice - †

Doce, sussurrante, apaixonante e viciante, está em vários top's pelo mundo, merecidamente.



Thurston Moore - Trees Outside the Academy

Thurston é um daqueles caras que mantém acesa a chama do rock, seu nome tem um peso do caralho na vida de muitos e na minha não é muito diferente, escutei esse disco seis vezes seguidas em uma noite e cheguei a conclusão de que se ano passado ele, com o Sonic Youth, lançou o 'Rather Ripped', uma obra-prima para uma banda com mais de vinte anos de carreira, e esse ano, apresentou o 'Trees Outside the Academy' que é maravilhoso, fico aqui imaginando o que ainda há por vir carregando esse nome. Falando do disco e não da genialidade e do potencial do Thurston, digo que ele fez diferença na minha vida, por isso está aqui.



Kanye West - Graduation

Nunca em minha vida, tinha escutado um disco de rap tão prazeroso, talvez porque não escute tanto rap quanto as outras coisas mas, nesse álbum o Kanye mostrou como produzir e fazer um bom rap, palmas para ele, palmas.

domingo, 6 de janeiro de 2008

here I go again on my own

Parafraseando o mestre da farofice David Coverdale (eu gosto dele no Deep Purple, guilty pleasure) começo essa lista, que devia ter saído antes, mas não saiu.
2007 foi bom, até. Só.

1 - LCD Soundsystem - Sound of Silver
2 - Kanye West - Graduation
3 - Robert Wyatt - Comicopera
4 - The National - Boxer
5 - Radiohead - In Rainbows
6 - Battles - Mirrored
7 - Of Montreal - Hissing Fauna, Are You the Destroyer?
8 - Devendra Banhart - Smokey Rolls Down Thunder Canyon
9 - Von Sudenfed - Tromatic Reflexxions
10 - Panda Bear - Person Pitch

Músicas

1 - LCD Soundsystem - All My Friends
2 - Of Montreal - The Past is a Grotesque Animal
3 - Jesu - Stanlow
4 - Beirut - Nantes
5 - A Place to Bury Strangers - To Fix The Gash In Your Head
6 - Kanye West - Stronger
7 - Justice - D.A.N.C.E.
8 - Grinderman - No Pussy Blues
9 - Wilco - Impossible Germany
10 - The Aliens - Setting Sun

É isso. Feliz 2009 pra todos.