sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Faixa 4 - Old Highs New Lows (Resumindo o texto no título de uma das faixas da bomba resenhada)

“Stupid Now” abre District Line e a sensação atroz de estar ouvindo Dashboard Confessional atinge a espinha. Você diz “Oras, é um disco do Bob Mould, o cara do Husker Du, que nos anos 80 gloriosamente abriu caminho para o emo e outros hardcores mais ‘sensíveis’”. Eu respondo “Real, mas o HD nunca teve um refrão bunda como o encontrado nessa música”. Podia ser muito bem uma música infeliz, “o cara tá véio”, tantas coisas. Mas o que me dizem do VOCODER logo após o refrão? Experimentalismo? Se ele tava procurando parecer “Believe” da CHER (é, ela mesma), acertou em cheio. Pelo menos tem um título bem apropriado.
Outro nefasto flerte eletrônico-brega é “Shelter Me”, com batidas disco e os péssimos timbres que pontuam o disco. Mas ao longo das 10 faixas o que mais irrita mesmo é o gosto de trilha do O.C. (perguntem ao sr. Rudgero, fã da série).
Seja nos manjadíssimos violões, nos manjadíssimos refrãos, nos manjadíssimos solos com os manjadíssimos efeitos modernos (tão modernos que chegam a ser datados), fora as manjadíssimas viradas de bateria ridiculamente mal gravada. A voz de Bob, caricata e fraca, também incomoda. O que eu quis dizer é que está tudo errado.
Não, nem tudo. As letras são digníssimas (como se espera de alguém que fez um disco brutalmente emocional como Warehouse: Songs and Stories). Mas elas obviamente não salvam o disco. E pode-se dizer que “The Silence Between Us” escapa da vala, afinal, seria uma música mediana do Nada Surf, com mais amargor e guitarras mais pesadas no refrão (e talvez um sintetizador palha depois deste).
Quando ele é clichê ele erra, quando ele tenta inovar ele erra.

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