quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Hard to Explain [2]

Vamos para as explicações rápidas (ou não) dos nossos discos preferidos do ano que acabou de acabar.

1 - LCD Soundsystem - Sound of Silver

Este eu resenhei, faça o favor de ler.

2 - Kanye West - Graduation

Mais uma vez o cara prova ser o cara. 50 Cent pode se morder de inveja, e olha que o cara já foi melhor. E chamar o Chris Martin e conseguir fazer disso uma boa coisa não é pra qualquer um. Oh, não.

3 - Robert Wyatt - Comicopera

Seniôr Robert Wyatt com seus 62 anos e altas coisas bacanas no currículo (ainda que não sejam lá o que eu ouça sempre, vide o seu clássico Rock Bottom ou o Third dos progressivos jazz-fusioners do Soft Machine) lança um disco conceitual trágico e bonito com participação do Paul Weller, Brian Eno, Phil Manzanera e mais uma porrada de gente. Cabeçudice audível, com coisas malas legais de contar. Mas na verdade bem mais que isso.

4 - The National - Boxer

Não vai ajudar se eu disser que eu não ouvi mais nenhum disco dessa banda mas esse foi meu preferido pra fossas e coisas dessa espécie, afinal ao longo das audições é bem comum coisas como Nick Cave e Leonard Cohen aparecerem como referência.

5 - Radiohead - In Rainbows

Antes dessa lista ser idealizada sabia-se que esse disco constaria de qualquer forma, sem nem saber como ele seria, e nem saber que teria a sacada de mestre do 'Quer pagar quanto?'. E ainda os putos me deixaram com dor de deixar 'Videotape' fora da minha lista de músicas do ano.

6 - Battles - Mirrored

Talvez o disco mais bizarro dessa lista (se ferrou, Robert Wyatt), e eu de fato não esperava nada diferente dos loucos que fizeram parte de Don Caballero, Helmet, Lynx, Tomahawk... Math rock e krautrock a favor da esquisitice e diversão.

7 - Of Montreal - Hissing Fauna, Are You the Destroyer?

Não é difícil cair na piada de Kevin Barnes, nos ritmos ácidos e dançantes com synths alucinados setentistas. Ácidas também são as letras, e amargas, contrariando o passado doce e fofo do Of Montreal. E se você não se sentir arrepiado com 'The Past is a Grotesque Animal', quase 12 minutos de demônios expurgados e angústia sendo cuspida, sugiro que ouça com mais atenção e veja que essa foi a piada mais mortal do ano.

8 - Devendra Banhart - Smokey Rolls Down Thunder Canyon

O disco mais triste do Devendra até agora, e apesar de às vezes cansativo e de perder a força com algumas audições, belas canções como a mezzo-épica 'Seahorse', a rocker 'Tonada Yanomaminista', o sambinha 'Samba Vexillographica', a abertura 'Cristobal' [com Gael Garcia Bernal] e a bossa 'Rosa' [com Rodrigo Amarante] permanecem intactas e mais uma vez comprovam o poder do hippie de compor belas canções com referências sensacionais.

9 - Von Sudenfed - Tromatic Reflexxions

Já que eu não falei do LCD Soundsystem no lugar que era pra falar do LCD Soundsystem, Mark E. Smith sobre LCD SS: 'Ele que foi influenciado por mim, e não o contrário'. E é verdade. Mark E. Smith foi mentor do The Fall, importante banda do pós-punk inglês (e uma das preferidas deste que vos fala), banda essa que pregava o anti-virtuosismo, onde Smith arranjava uns idiotas que não sabiam o que fazem pra integrarem, e assim que eles aprendessem a tocar, eram sumariamente expulsos da banda. Von Sudenfed é um projeto mezzo-eletrônico (assim como o LCD Soundsystem) de Smith com o Mouse on Mars, dupla alemã de IDM, que sabem muito bem o que fazem.

10 - Panda Bear - Person Pitch

Num ano que o Animal Collective lançou um bom disco (e pára por aí), Panda Bear lança um baita disco. Porque afinal Beach Boys não é uma referência tão batida.

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